Aumento da taxa turística em Lisboa penaliza segmento jovem, alerta a AHdP

Aumento da taxa turística em Lisboa penaliza segmento jovem, alerta a AHdP
Fotografia de Ketut Subiyanto, Pexels.

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou o aumento do valor da taxa turística de dormida, passando de dois para quatro euros por noite. A taxa de dormida é aplicada por noite e por hóspede, com idade superior a 13 anos, que se aloje em empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local, até ao limite de 7 noites por estadia.

A Associação de Hostels de Portugal (AHdP) alertou para o facto de este aumento penalizar «em particular este segmento jovem, pois está entre os com menor disponibilidade financeira, e a taxa turística irá passar a representar em média 17% do valor pago por dormida», lê-se em comunicado.

Os Hostels «representam a forma preferencial de alojamento para jovens, sendo em grande parte estudantes e naturalmente, mais vulneráveis economicamente», diz a associação. O valor médio pago por noite em dormitório em Hostel em Lisboa em 2024 é de 23,81 euros (dados Hostelworld).

Foi aprovada ainda uma exclusão aos parques de campismo por este valor representar um peso demasiado significativo no valor da dormida, sendo «este mesmo argumento também aplicável ao nosso segmento, o qual foi ignorado pelo executivo municipal».

“Segmento jovem é o que maior capacidade de difusão gratuita tem de um destino, e aquele que maior taxa de retorno tem a um mesmo destino

A AHdP sublinha que o segmento jovem «é o que maior capacidade de difusão gratuita (pelos social media e redes de contatos) tem de um destino, e aquele que maior taxa de retorno tem a um mesmo destino, primeiro pela maior longevidade, mas também porque tende a regressar aos locais que mais gostou, em outras fases da sua vida, provavelmente anos depois já com família própria».

A Associação de Hostels de Portugal afirma ser «difícil compreender esta opção estratégica de uma cidade, de não segmentar a taxa turística, tal como ocorre em grande parte das cidades Europeias e penalizar os mais jovens e de menores recursos», como também é «difícil compreender esta discriminação aos mais jovens, meses depois do investimento feito neste segmento através das Jornadas da Juventude de 2023».